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domingo, 2 de fevereiro de 2014

ELEIÇÕES - Democrata propõe que o PMDB, sem candidato, apoie reeleição de Rosalba

A indefinição na escolha do candidato do PMDB e as seguidas ausências do atual nome defendido pela cúpula peemedebista, Fernando Bezerra, dá margem as especulações em torno de quem será o adversário do pré-candidato Robinson Faria, do PSD, na disputa pelo Governo do Estado em 2014. E, nesta semana que a candidatura a reeleição da governadora Rosalba Ciarlini, do DEM, ganhou força, o principal defensor dela, o ex-deputado Ney Lopes, também democrata, foi a público apontar uma nova possibilidade de chapa: Rosalba para o Governo e o PMDB indiciando os nomes de vice-governador e Senador.

“Uma delas, diante da presumida recusa do ex-senador Fernando Bezerra em disputar o governo do estado pelo PMDB, (fala-se nessa decisão já comunicada à direção do partido), seria a abertura de novo diálogo político do governo com o senador Garibaldi Alves e o deputado Henrique Alves, que nunca agrediram a governadora após o afastamento político, e mantiveram posição civilizada e elegante. Na hipótese de cogitar-se da coligação com o PMDB e caso obtenha o aval do líder do DEM, senador José Agripino, a governadora estaria disposta a oferecer os cargos de vice-governador e senador”, afirmou Ney Lopes em contato com O Jornal de Hoje.

É bem verdade que, apesar de aparentemente inviável, até porque o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, reafirmou nesta semana que o partido terá candidato próprio, uma aliança com o PMDB, defendida por Ney Lopes, principal defensor, hoje, de Rosalba Ciarlini, deixa transparecer que esse pode ser, na verdade, o interesse da atual governadora.

Tanto é assim que no início desta semana, Ney Lopes veio a público defender o Governo Rosalba Ciarlini e dizer que, pelas obras e conquistas que teve, ela poderia sim disputar a reeleição. O próprio Ney, inclusive, poderia até ser o candidato ao Senado, caso não houvesse outro nome para ocupar essa vaga. Neste novo contato com O Jornal de Hoje, Ney Lopes acrescentou que o PMDB articularia a coligação com outros partidos – já tem o apoio do PROS, PR, PDT e PV.

“Fala-se, até, na hipótese de uma emenda à Constituição estadual, que ampliasse a competência do vice-governador, de forma que não houvesse dúvida da responsabilidade e influência do indicado, na administração do Estado, no próximo quadriênio”, analisou. Segundo Ney Lopes, essa “fórmula” atenderia aos interesses do RN, sendo uma saída supra-partidária e de efetiva preservação do interesse público.

“Não se pode negar, também, que o PMDB está em posição de inegável influência nacional e estadual pela competência dos seus atuais líderes, que projetam e enaltecem o estado. Mesmo assim, até hoje não lançou chapa majoritária para 2014 no RN”, acrescentou. Porém, é bem verdade que o PMDB deixou o Governo Rosalba não, apenas, por querer lançar o candidato próprio. Deixou porque, segundo os próprios peemedebistas, a gestão Rosalba era individualista, centralizadora e isolada.

A saída do partido deu início a um processo de fragmentação da base aliada de Rosalba – perdeu o PR e quase 10 deputados estaduais. Além disso, o isolamento do DEM fez com que o senador José Agripino Maia, presidente nacional do partido, evitar falar em reeleição da governadora, com o objetivo de facilitar a reeleição dos parlamentares estaduais e federais (o filho dele, Felipe Maia) neste ano. Por isso que, para Ney Lopes, com o aval do PMDB, o DEM receberia a autorização de José Agripino para lançar a candidatura da governadora.

“Essa aliança já existiu no passado e não seria taxada de ‘oportunismo’ ou ‘chapão’, caso se reproduzisse em 2014. A forma de concretizar o entendimento seria colocar publicamente em debate, antes da eleição, numa ampla mesa de abertura política, os grandes desafios administrativos, políticos e sociais que o RN enfrentará a partir de 2015. Não se trata de ‘acordão’, em busca de candidato único, de consenso. Seria apenas entendimento prévio para buscar a governabilidade futura do estado e garantir mais paz e prosperidade aos norte-rio-grandenses”, analisou.

Ney Lopes: “Sem definição prévia de objetivos, RN será ingovernável”
Quando fala em no PMDB apoiar uma eventual reeleição de Rosalba Ciarlini, o ex-deputado do DEM afirma que o interesse, com isso, não é, exclusivamente, que o partido continue por mais quatro anos no poder. Segundo ele, a intenção é ajudar o Rio Grande do Norte, fazendo uma rede de alianças de partidos que têm tudo para fazer um projeto que possa fazer o RN evoluir. Até porque os problemas pelos quais o Estado passa hoje, não são consequências do Governo Rosalba Ciarlini.

“As dificuldades administrativas atuais no RN não existem por culpa de Rosalba Ciarlini, mas da conjuntura econômico-financeira do país e do mundo, que se reflete no estado. Os motivos que desfizeram a coligação partidária de 2010, que elegeu Rosalba, foram decorrentes das dificuldades administrativas enfrentadas pela governadora”, afirmou o ex-deputado, acrescentando que “mesmo assim – inclusive com a ajuda do PMDB – a governadora consegue chegar a 2014, sem escândalos e com obras efetivas entregues à população. A sua reeleição não seria, portanto, um projeto personalista, mas a certeza da continuidade administrativa, com os ajustes que a ‘coligação’ achasse necessários pré-definir”.

Sendo assim, segundo Ney Lopes, os problemas atualmente na gestão não representam um desgaste político de Rosalba. “Não se alegue impopularidade do governo atual. Não há razões objetivas que justifiquem tal premissa, salvo o desgaste natural de quem atrasa o funcionalismo, não por autoflagelação política, mas pelas dificuldades que enfrenta no dia a dia. O povo esclarecido do que realmente houve e das perspectivas de superação futura, certamente apoiaria a fórmula impessoal e consensual para gerir o estado, de agora por diante”, defendeu.

“Alguns chegam a demonizar o DEM, acusando o partido de não agregar. Afinal, o que é agregar, senão confluir objetivos e idéias, com honestidade de propósitos? Quem falseia, ou age de forma silente e intramuros, como alguns partidos de oposição no RN, contribui para a desagregação política e perde a autoridade de acusar outros partidos, apenas pelo fato de não concordarem com eles”, acrescentou o ex-parlamentar, uma das lideranças do Democratas no RN.

Segundo Ney Lopes, apontando essas situações como motivadoras dos problemas do RN e estando Rosalba e o DEM isentos da culpa, os partidos já poderiam fazer novamente uma reunião em torno da salvação do Estado. “A verdade aceita por todos é que sem essa definição prévia de macro objetivos, políticos e administrativas, o Rio Grande do Norte será ingovernável. É fácil ser candidato a governador, com a discurso da mesmice e a pouca criatividade de propor mudanças de gestão e responsabilizar o DEM”, enfatizou.

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