domingo, 14 de dezembro de 2025

SAÚDE - Sífilis avança no Brasil e ameaça bebês: números disparam entre gestantes


Dados do Ministério da Saúde revelam um cenário alarmante: entre 2005 e junho de 2025, o Brasil registrou mais de 810 mil casos de sífilis em gestantes, com crescimento contínuo e concentração maior no Sudeste e Nordeste. Em 2024, a taxa nacional chegou a 35,4 casos por mil nascidos vivos, evidenciando o avanço da transmissão vertical — quando a infecção passa da mãe para o bebê. O mais grave é que mais de 80% das gestantes não apresentam sintomas, o que dificulta o diagnóstico e favorece a sífilis congênita.

Segundo a ginecologista Helaine Milanez (Febrasgo), o problema não é falta de teste nem de tratamento, que são simples e baratos, mas sim falhas na interpretação dos exames no pré-natal e no tratamento dos parceiros sexuais. Muitas mulheres deixam de ser tratadas por erro na leitura dos resultados, mantendo o ciclo de reinfecção e colocando o feto em risco. Para a especialista, a sífilis congênita é hoje um dos principais indicadores da qualidade da atenção pré-natal no país.

O avanço da doença atinge especialmente jovens de 15 a 25 anos e idosos, impulsionado pelo abandono do uso de preservativos e pela falsa sensação de segurança. Com a proximidade do Carnaval, o alerta é ainda maior: sem prevenção, a sífilis continua se espalhando silenciosamente e pode causar consequências graves e evitáveis.

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