Em sentença proferida na sexta-feira (1º), o juiz eleitoral Wilson Neves de Medeiros Júnior cassou os mandatos do prefeito de Equador/RN, Cletson Rivaldo de Oliveira, e do vice-prefeito Caio Ferreira, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante as eleições de 2024. Ambos também foram declarados inelegíveis por oito anos. A decisão aponta que o prefeito operava, com o aliado Eldrin Wenceslau, o perfil anônimo “O Sincerão” no Instagram, usado para atacar e difamar adversários, como Noeide Clemens e Camila Cantalice — esta última teria desistido da candidatura após os ataques.
A Justiça concluiu que as postagens do perfil falso ultrapassaram os limites da crítica política, com conteúdo ofensivo e inverídico, impactando diretamente o pequeno colégio eleitoral da cidade. A quebra de sigilo telemático confirmou que o perfil era acessado a partir de dispositivos ligados ao prefeito. A sentença ainda destaca o uso da máquina pública para coagir eleitores, com ameaças simbólicas, demissões e promessas de emprego.
Depoimentos revelam que cooperados contratados pela prefeitura eram pressionados a participar de eventos políticos e podiam ser demitidos por apoiar adversários. Um dos casos citados é o de “Franci”, desligado após participar de ato da oposição. Em discurso, Cletson usou metáforas como “melancia” e “abacate” para sinalizar punições e favoritismos políticos, o que a Justiça considerou como ameaça clara aos eleitores.
A sentença afirma que o prefeito usava seu poder sobre cooperativas para influenciar o voto, comprometendo a isonomia entre candidaturas. Apesar da gravidade das acusações, a decisão ainda cabe recurso ao Tribunal Regional Eleitoral, e os cassados podem permanecer no cargo até o julgamento final.
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