O uso da inteligência artificial (IA) na indústria brasileira disparou nos últimos dois anos. Segundo a Pesquisa de Inovação Semestral (Pintec), divulgada pelo IBGE, o número de empresas do setor que utilizam a tecnologia saltou 163%, passando de 1.619 em 2022 para 4.261 em 2024. Hoje, 41,9% das indústrias com mais de 100 funcionários já contam com algum tipo de IA, contra apenas 16,9% há dois anos. O avanço está ligado, em parte, à popularização de IAs generativas, como o ChatGPT, e reflete uma transformação no jeito de produzir, atender clientes e competir no mercado.
O levantamento mostra que a IA já se espalha em áreas como mineração de dados, reconhecimento de voz e imagens, automação de processos e até manutenção preditiva, capaz de antecipar falhas em máquinas. Para os especialistas, esse movimento não é apenas inovação, mas questão de sobrevivência: empresas que não adotarem tecnologias tendem a perder espaço nas cadeias de produção e fornecimento. “Ou a indústria acompanha essas mudanças, ou será excluída”, alerta o pesquisador do IBGE, Flávio Peixoto.
Além da inteligência artificial, outras tecnologias digitais avançadas estão cada vez mais presentes no setor industrial. A computação em nuvem lidera a lista, usada por 77,2% das empresas, seguida pela internet das coisas (50,3%), robótica (30,5%) e análise de big data (27,8%). No total, quase 90% das indústrias já utilizam pelo menos uma tecnologia digital, sendo que as maiores — com mais de 500 funcionários — são as que mais investem em inovação.
Para a população, os efeitos dessas mudanças são diretos: maior eficiência, processos produtivos mais flexíveis, novos produtos e até redução do impacto ambiental. A pesquisa aponta que nove em cada dez empresas sentiram ganhos de eficiência com as tecnologias. Ao mesmo tempo, o estudo escancara desafios como o alto custo das soluções e a falta de profissionais qualificados — obstáculos que precisam ser superados para que a transformação digital alcance ainda mais empresas e, em última instância, traga benefícios concretos ao consumidor final.
imagem: agenia brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário