O Rio Grande do Norte é o segundo estado mais demorado do Brasil para abertura de empresas, com média de 1 dia e 6 horas para concluir o processo. Os dados são do Mapa de Empresas, relatório do governo federal que analisou o desempenho dos estados entre janeiro e abril de 2025.
O tempo representa um aumento de 87,5% em comparação ao mesmo período de 2024. No ranking nacional, o estado potiguar fica atrás apenas de São Paulo em relação à lentidão no processo de formalização de novos negócios.
Apesar da demora, o estado apresentou um saldo positivo na criação de empresas no início de 2025. De acordo com o levantamento, foram abertas 19.680 empresas no primeiro quadrimestre, enquanto 10.790 encerraram suas atividades. O saldo é de 8.890 novos negócios, elevando o número total de empresas ativas no RN para 266.535.
Segundo o contador Gustavo Vieira, diretor da Rui Cadete, a lentidão no processo de abertura vai além da intenção de empreender e envolve questões estruturais.
“A demora pode estar relacionada à falta de integração entre os sistemas dos órgãos públicos, à morosidade em processos internos e à variação no cumprimento de etapas burocráticas, como registro, licenciamento e alvarás”, analisa o especialista.
Vieira ressalta, no entanto, que os dados demonstram a persistência e criatividade do potiguar diante das dificuldades.
“Os números mostram que há espaço para crescer, e o potiguar já provou que não falta criatividade, resiliência e vontade de inovar. Mesmo diante dos entraves, o empreendedorismo segue pulsando no estado”.
O Mapa de Empresas também aponta que o Rio Grande do Norte ocupa a 12ª posição entre os estados com maior número de negócios registrados no Inova Simples, regime especial para formalização de empresas com foco em inovação. Entre janeiro e abril, foram abertas 225 empresas nessa categoria no estado. No mesmo período, 50 foram fechadas, resultando em um saldo de 175 negócios inovadores ativos.
Essa modalidade contempla empresas como startups e iniciativas voltadas à inovação tecnológica ou de processos, seja com propostas disruptivas ou incrementais.
Para Gustavo Vieira, com orientação adequada, o empreendedor pode vencer as barreiras burocráticas:
“Com planejamento, orientação técnica e conhecimento das etapas legais, é possível acelerar processos, reduzir riscos e abrir um negócio com mais segurança e inteligência. Empreender no RN pode, e deve, ser um caminho viável para quem sonha em transformar ideias em negócios sustentáveis”.
OPOTI
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