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quarta-feira, 10 de julho de 2013

NA TRIBUNA DO NORTE: Crise de Eike ameaça projetos no RN

A crise que atinge as empresas do bilionário Eike Batista ameaça investimentos do grupo EBX no Rio Grande do Norte. A companhia, que enfrenta uma forte desvalorização das ações na bolsa de valores, reforça a intenção em investir em energia eólica no estado, mas não nega que precise de ajuda para garantir os investimentos em petróleo e gás.


Ontem, a OGX Petróleo, que faz parte do grupo, anunciou estar negociando parcerias para explorar os blocos que arrematou sozinha na 11ª rodada de leilões de áreas exploratórias de petróleo e gás,  realizada em maio pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).  A OGX foi uma das grandes vencedoras do leilão, com 13 blocos adquiridos. Desse total, dois estão no RN e um foi arrematado sem parcerias.

A empresa arrematou dois dos dez blocos marítimos ofertados pela ANP na bacia potiguar e precisa pagar R$ 101,7 milhões pelos dois blocos, depositando a garantia até o próximo dia 30. A cifra representa quase 90% do esperado em investimentos na bacia marítima potiguar e quase metade dos investimentos totais previstos no estado em decorrência do leilão.

À TRIBUNA DO NORTE, A OGX disse “acreditar ter condições de apresentar as garantias exigidas para a ANP tempestivamente”. Em nota, acrescentou que “está trabalhando na solução para garantir o programa exploratório mínimo dos blocos arrematados, na forma da legislação aplicável”. 

Risco

Segundo Jean-Paul Prates, ex-secretário estadual de Energia, e atual diretor-presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia, a busca por parceiros não é incomum, mas o risco de a empresa não depositar as garantias no prazo e ser obrigada a devolver os blocos à ANP existe. “É uma ameaça. Ou a OGX passa os blocos adiante para outro investidor, como costuma ocorrer em alguns casos, ou devolve para a ANP”, afirma.

Segundo Prates, o valor a ser investido nos dois blocos exploratórios no RN não é considerado alto para a empresa. Ainda assim, a OGX pode enfrentar dificuldades para executar os projetos ou até mesmo para encontrar parceiros. Um dos blocos foi arrematado por R$ 81,76 milhões – em parceria com a Exxon Mobil – representando um ágio, que é a diferença entre o mínimo exigido e o valor a ser pago, superior a 1.000%. 

“Esse bloco foi adquirido com um ágio muito alto. Pode ser que a OGX desista dele, caso não arrume ninguém disposto a pagar o que disse que pagaria, e tenha que devolvê-lo à ANP”. A empresa, que não deu detalhes sobre as parcerias que busca para salvar os negócios, afirmou apenas que “não existe qualquer negócio fechado que deva ser divulgado ao mercado neste momento”. De acordo com a ANP, as empresas que descumprirem o acordado no leilão estão sujeitas a multas e podem ter o direito de participar de futuras licitações para obtenção de novas concessões suspenso temporariamente. Já os blocos podem ser retomados e inscritos em novos leilões, podendo não ser arrematados outra vez. 

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