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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

 BRASÍLIA


Marcha contra Corrupção reúne 25 mil em Brasília.


Os participantes do protesto atacaram a absolvição da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), o voto secreto no Congresso, os recentes escândalos de corrupção no governo da presidente Dilma Rousseff, a aplicação da Lei da Ficha Limpa, e até o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira.

A manifestação começou tímida na Catedral de Brasília, por volta de 9h, com duas mil pessoas, mas cresceu com a adesão de quem foi assistir ao desfile oficial do outro lado da rua. A marcha andou por toda a Esplanada, passou pela Praça dos Três Poderes, e terminou em frente ao Ministério da Justiça. "Nosso balanço é de pelo menos 25 mil pessoas, muita gente acabou aderindo", disse a major Ana Luiza, que fez parte do comando do efetivo da PM do DF no evento.

Vestidos de preto e com narizes de palhaço, os manifestantes levaram instrumentos, faixas e cartazes com frases de protesto. Os organizadores solicitaram que não houvesse o uso de referências partidárias. "Voto secreto, não, eu quero ver a cara do ladrão", era um dos gritos em referência à recente absolvição, em votação secreta, da deputada Jaqueline Roriz pelos colegas de Câmara. Ela sofreu processo por ser flagrada, num vídeo, recebendo dinheiro vivo do esquema de corrupção no DF. "A absolvição dela foi o estopim para essa marcha", disse o estudante Marcos Maia, 18, um dos organizadores do protesto.

A rede social Facebook foi a principal ferramenta de convocação do protesto, lembrou Luciana Kalil, 30, da organização da manifestação. Vestida de preto, a aposentada Alzerina Salles Pereira, 66, celebrou a marcha. "Aqui no Brasil o dinheiro sobra para poucos, enquanto muitos passam fome", disse.

Recentemente, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) divulgou estudo sobre o impacto da roubalheira em nosso País, concluindo que os desvios giram entre R$ 50,8 bilhões e R$ 84,5 bilhões por ano, algo em torno de 1,4% a 2,3% do PIB brasileiro em 2010.

Na hipótese otimista, o montante de R$ 50,8 bilhões é equivalente às ações concluídas entre 2007 e 2010 no setor de logística do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Em outras palavras, em cenário fictício de um ano sem corrupção, o País teria recursos para duplicar as obras realizadas nos últimos quatro anos em rodovias, ferrovias, marinha mercante, aeroportos, portos e hidrovias.

Na área social, com R$ 50,8 bilhões poderiam ser construídas 918 mil casas populares do programa “Minha casa, minha vida” ou 57,6 mil escolas para as séries iniciais do ensino fundamental.

Neste sentido, vale lembrar que um levantamento da Frente Parlamentar Mista de Combate à Corrupção constatou que existem 116 proposições legislativas que visam combater a corrupção, mas todas encontram-se engavetadas nos gabinetes do Congresso Nacional. A maioria tramita há mais de 10 anos, algumas estão prontas para irem à votação.

“No Congresso, se a proposição não tiver impacto imediato ou chamar a atenção de movimentos sociais, cai no esquecimento e tem tramitação lenta. Precisamos motivar os membros da Casa a participarem da Frente de Combate à Corrupção, por meio da mobilização social, e assim mostrar a importância dos projetos e o prejuízo que a corrupção traz ao país”, afirmou o deputado Francisco Praciano (PT-AM), coordenador da Frente.

*Com informações do Estado de S. Paulo

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