No verão, os casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) tendem a aumentar, principalmente devido ao calor intenso, que provoca desidratação e deixa o sangue mais espesso, favorecendo a formação de coágulos. Segundo o neurocirurgião Orlando Maia, do Hospital Quali Ipanema (RJ), esse cenário aumenta sobretudo o risco do AVC isquêmico, o mais comum, causado pela obstrução de vasos cerebrais. A desidratação, aliada à vasodilatação típica do calor, pode reduzir a pressão arterial e desencadear arritmias cardíacas, facilitando ainda mais a formação de coágulos que podem migrar para o cérebro.
Hábitos comuns no verão também contribuem para esse aumento. O consumo excessivo de álcool intensifica a desidratação e eleva o risco de arritmia, enquanto férias e mudanças na rotina levam muitas pessoas a negligenciar o uso correto de medicamentos para doenças crônicas. Além disso, doenças típicas da estação, como gastroenterites, insolação e esforço físico excessivo, somam-se como fatores de risco importantes para o AVC.
O tabagismo é outro agravante relevante, sendo uma das maiores causas externas da doença. A nicotina danifica os vasos sanguíneos, reduz sua elasticidade e favorece tanto o AVC hemorrágico quanto o isquêmico. Associado a um estilo de vida pouco saudável e ao mau controle de doenças crônicas, esse fator tem contribuído para o aumento de casos de AVC em pessoas cada vez mais jovens, inclusive abaixo dos 45 anos.
Apesar da gravidade (já que o AVC é uma das principais causas de morte e incapacidade) a doença pode ser prevenida e tratada. Manter hábitos saudáveis, controlar a pressão arterial, evitar o fumo e procurar atendimento médico imediato diante de sintomas como paralisia súbita, fala enrolada ou perda de visão são medidas essenciais. O tempo é decisivo: tratamentos modernos podem reverter o quadro se iniciados rapidamente, reforçando que o AVC é uma emergência médica que não pode esperar.
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