Nesta segunda-feira (8), quando é celebrado o Dia Mundial da Alfabetização, a data traz reflexões sobre os desafios da educação no Brasil – não apenas para as crianças e adolescentes, mas também para os adultos que não aprenderam a ler e a escrever na idade regular. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua/IBGE) de 2024, o Rio Grande Norte apresenta uma taxa de analfabetismo superior à média nacional. Enquanto o Brasil registra 5,3%, o estado apresenta 10,4%, taxa ainda mais acentuada para pessoas na faixa etária acima dos 60 anos, com 27,8%.
Aos 73 anos, Iraci Benedita é um exemplo de quem decidiu retomar os estudos após uma infância sem acesso à escola. Hoje, aluna do Programa de Alfabetização e Letramento de Jovens e Adultos realizado gratuitamente pela Estácio em parceria com o Instituto YDUQS, ela já sente as mudanças do aprendizado no cotidiano: “antes eu dependia dos outros até para ler um letreiro de ônibus. Agora já consigo ler sozinha e até mexer no celular, coisa que eu tinha medo de fazer”, conta.
A mesma transformação foi vivenciada por José Wilson, de 45 anos, que trabalha com manutenção hidráulica. Ele conta que precisou dar prioridade ao trabalho desde cedo, mas já na idade adulta, ao ver a oportunidade de aprender, não perdeu tempo. “Conheci o projeto pela televisão e me inscrevi. Eu sabia muito pouco, errava para escrever coisas simples. Hoje, já finalizei os dois módulos e estou fazendo um reforço a mais”, compartilha.
Além de aprimorar os conhecimentos, o estudo trouxe confiança e novos hábitos para a sua rotina. “As professoras orientam a gente a procurar sempre um jornal, uma revista, a criar o hábito de ler. Antes eu não tinha isso. Hoje eu indico para qualquer pessoa que tenha a mesma dificuldade que eu tinha”, finaliza.
De acordo com a pedagoga Jeanne Maciel, coordenadora do projeto na Estácio em Natal há seis anos, a proposta consegue alcançar resultados que vão além do aprendizado formal. “Esses alunos buscam, sobretudo, autonomia. Querem pegar um ônibus sozinhos, preencher uma ficha em um posto de saúde ou tirar a carteira de motorista e vemos que, além de aprender a ler, eles ganham a confiança necessária para vivenciar todas as atividades que um cidadão comum precisa no seu dia a dia”, diz.
Para a especialista, o ato de aprender a ler e escrever impacta de forma decisiva na vida dos estudantes, especialmente aqueles que estão na meia ou terceira idade. “O programa vem para facilitar a vida de quem deseja transformar sua história, aprender, buscar novos caminhos ou até outros cursos. É, acima de tudo, uma transformação de vidas, como diz o lema da instituição: educar para transformar”, conclui.
“Erradicar o analfabetismo é um compromisso que assumimos no Instituto Yduqs, em parceria com nossas Instituições de Ensino. O nosso programa de alfabetização de jovens e adultos oferece a oportunidade de reacender os sonhos de muitas pessoas. Estamos falando de vidas que se transformam por meio da educação, desde o momento em que essas pessoas pisam em uma de nossas unidades. Por isso, nosso objetivo é ampliar o alcance do programa e levar oportunidades de aprendizagem para quem mais precisa”, afirma, Claudia Romano, presidente do Instituto Yduqs e vice-presidente do Grupo educacional Yduqs.
Como parte desse compromisso, o Instituto Yduqs anuncia que abrirá em breve as inscrições para novas turmas do Programa de Alfabetização e Letramento em 2026, ampliando o acesso de jovens e adultos a uma educação transformadora e gratuita.
Sobre o Programa de Alfabetização
Focado em jovens e adultos que não concluíram a alfabetização na idade regular, o programa utiliza metodologias inovadoras e material didático acessível, oferecendo suporte pedagógico contínuo para garantir o desenvolvimento das habilidades de leitura, escrita e cidadania. A iniciativa visa transformar vidas, ampliando oportunidades pessoais e profissionais.
Realizado desde 2018, com a participação de alunos e professores de unidades da Estácio e Wyden e sem nenhum esforço financeiro direto, o programa já formou mais de 2 mil alunos pelo Brasil.
novonoticias
Nenhum comentário:
Postar um comentário