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segunda-feira, 16 de junho de 2025

RELIGIÃO - Capela e Monumento dos Mártires se tornam Santuário em São Gonçalo do Amarante.


A antiga Capela e Monumento dos Mártires foi alçada à condição de Santuário dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu de São Gonçalo do Amarante após decreto interno da Igreja Católica, um documento pontifício, assinado pelo Arcebispo Dom João Santos Cardoso em solenidade realizada no domingo que marcou a acolhida do Padre Murilo como reitor do Santuário dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu.

A governadora Fátima Bezerra participou da missa conduzida pelo arcebispo na capela central do monumento aos mortos de Cunhaú e Uruaçu, na fazenda Carnaubinha (Uruaçu), em São Gonçalo do Amarante. “É um título que expressa não apenas a sua importância religiosa, a importância religiosa deste monumento, mas também aponta que aqui é um local sagrado. E como local sagrado é um espaço para a peregrinação”, enfatizou Dom João Santos Cardoso.

Durante a celebração também foi lido o termo de posse do Padre Murilo na função de reitor do próprio santuário, que recebeu uma carinhosa homenagem dos fiéis da Igreja Nossa Senhora de Fátima, de Parnamirim, pelos seus 27 anos de pastoreio.

“Hoje vemos um filho de São Gonçalo, que tanto lutou para tornar a devoção aos Santos Mártires de Cunhaú e Uruaçu mais forte e mais abrangente, se tornar reitor do Santuário aos santos brasileiros”, afirmou a governadora. “É de conhecimento de todos nós que, desde o período da preparação da beatificação dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu até sua canonização, o senhor possui toda uma trajetória em defesa da difusão dos Mártires”, complementou Fátima Bezerra.

Padre Murilo foi ordenado em 1985 e sempre esteve à frente da divulgação dos Mártires, participando ativamente das comissões de trabalhos na arquidiocese de Natal para organizar diversos eventos alusivos, com exposições e conferências em diversos estados brasileiros. Em seu discurso de posse, ele elencou metas a serem realizadas para melhorar a qualidade do Santuário dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu.

“A gente pode entender este momento como um ponto de partida. Aliás, um ponto de chegada, desde aquele dia 7 de setembro de 1999, quando foi plantado o cruzeiro aqui”, relembrou Padre Murilo. “Então aqui foi feito esse belíssimo monumento, essa concha, representando, como bem Dom João já falou, a concha do peregrino do deserto, esta tenda do deserto. Quando não tem nada, tem a tenda para abrigar da chuva, do sol, das angústias, dos sofrimentos”, explicou.

Os Santos Mártires de Cunhaú e Uruaçu

Os Mártires de Cunhaú e Uruaçu é o título dado pela Igreja Católica aos fiéis mortos, no ano de 1645, em dois episódios sangrentos da história da Igreja Católica no interior da capitania do Rio Grande, que posteriormente se tornaria o estado do Rio Grande do Norte. O morticínio ocorreu durante as invasões holandesas no Brasil.
O primeiro episódio foi em Cunhaú, município de Canguaretama, em 16 de julho daquele ano, na Capela de Nossa Senhora das Candeias, quando 69 pessoas foram mortas na hora da missa. O outro massacre ocorreu em Uruaçu, município de São Gonçalo do Amarante, em 03 de outubro do mesmo ano, quando 79 pessoas foram vítimas no morticínio.

Nos anos 2000, trinta vítimas foram beatificadas pelo Papa João Paulo II, e em 2017 foram canonizadas pelo Papa Francisco, em cerimônia realizada no Vaticano.

No Rio Grande do Norte, os Mártires são lembrados em duas datas: no dia 16 de julho, em Canguaretama, e no dia 3 de outubro, em São Gonçalo do Amarante. Esta última é oficializada pela lei nº 8.913/2006, que declara a data feriado estadual.

São três pontos de romarias e peregrinações: a Capela dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu em São Gonçalo do Amarante, agora nomeada Santuário; a capela de Nossa Senhora das Candeias, no antigo engenho de Cunhaú; e o Santuário dos Mártires, no bairro Nossa Senhora de Nazaré, em Natal.

portalfatosdorn

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