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terça-feira, 24 de junho de 2025

COMÉRCIO: E-commerce de micro e pequenas empresas no Brasil cresce 1.200% em cinco anos e movimenta R$ 67 bilhões.


As vendas de micro e pequenas empresas (MPEs) brasileiras pelo comércio eletrônico atingiram R$ 67 bilhões em 2024, um crescimento de quase 1.200% em relação a 2019, quando o setor movimentava R$ 5 bilhões. Os dados são da terceira edição do Dashboard de Comércio Eletrônico Nacional, elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), com base em informações da Receita Federal.

Pela primeira vez, o painel apresenta dados específicos sobre as empresas optantes pelo Simples Nacional. Embora as empresas de médio e grande porte também tenham ampliado sua participação no e-commerce, de R$ 49 bilhões para R$ 158 bilhões entre 2019 e 2024, o crescimento percentual nesse grupo foi de 220%, bem inferior ao das MPEs.

Durante a apresentação do painel ao Grupo de Trabalho de Comércio Eletrônico do Fórum de Comércio e Serviços, o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços, Uallace Moreira, destacou que a pandemia acelerou a digitalização do comércio entre 2020 e 2022, mas que o movimento se sustentou com a retomada da economia.

“O crescimento não cai do céu”, afirmou. “Ele é resultado de uma política econômica acertada e de ações de desenvolvimento contempladas em grandes projetos do governo Lula, como a NIB, o Novo PAC e o Plano de Transformação Ecológica, que fazem com que o setor privado tenha o impulso para realizar seus investimentos.”

Segundo Moreira, o desempenho do e-commerce entre 2022 e 2024 reforça essa tendência: houve crescimento geral de 28,7% nas vendas online, enquanto entre as MPEs o aumento foi de 76,3%. Ele também citou medidas como a valorização do salário mínimo e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil como fatores que fortalecem o consumo. “Quando você tem crescimento e distribuição de renda, você fortalece o poder de compra dos trabalhadores”, disse.
Produtos mais vendidos

O comércio eletrônico movimentou R$ 225 bilhões em 2024, alta de 14,6% em relação ao ano anterior e de 311% em cinco anos. Desde 2016, o setor já negociou R$ 1 trilhão em vendas com nota fiscal.

Entre os produtos mais vendidos em 2024, destacam-se:Aparelhos de telefonia celular (4,1%)
Livros (3,3%)
Refrigeradores (2,6%)
Televisores (2,2%)
Complementos alimentares (2,1%)
Máquinas digitais para processamento de dados (2,0%)
Calçados esportivos (1,1%)
Aparelhos de ar-condicionado (1,1%)
Pneumáticos de borracha (1,1%)
Preparações capilares (1,1%)

Entre as MPEs, a lista muda, com destaque para:Obras de plástico (2,7%)
Complementos alimentares (2,1%)
Livros (1,6%)
Peças e acessórios de motocicletas (1,3%)
Calçados (1,2%)
Preparações capilares (1,1%)
Utensílios de mesa e cozinha (0,9%)
Móveis de madeira (0,9%)
Artefatos diversos (0,9%)
Acessórios para tratores e veículos (0,9%)
Desempenho regional

O levantamento também mostra a concentração das vendas no Sudeste, responsável por 77,2% do total comercializado via e-commerce em 2024. As demais regiões aparecem com os seguintes percentuais:Sul: 14,1%
Nordeste: 5,5%
Centro-Oeste: 2,5%
Norte: 0,6%

O Sudeste também lidera nas compras, com 55,9% do total. Em seguida vêm Sul (16,6%), Nordeste (16,1%), Centro-Oeste (8,0%) e Norte (3,4%).

A pesquisa revela ainda produtos de destaque por estado. No Rio Grande do Sul, o vinho foi o item mais vendido pelas MPEs; em Goiás, acessórios para tratores; em Minas Gerais, calçados; no Pará, purê de açaí; e em Alagoas, frutas.
Incentivos à desconcentração

Para tentar equilibrar a distribuição geográfica do comércio eletrônico, o Mdic e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) lançaram o edital E-Commerce.BR. Na primeira fase, 20 projetos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste foram selecionados para receber mentoria especializada até julho.

Entre os estados contemplados estão Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás (com dois projetos), Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Sergipe, Ceará (com dois) e Tocantins (com dois).

Nove desses projetos receberão apoio financeiro de R$ 380 mil. Três deles devem avançar para uma fase de escala nacional em 2026, com novo aporte de R$ 500 mil e acompanhamento técnico da ABDI.

opoti

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